O Regresso (parte 1)
Larguei de Vila Moura com destino à Baleeira bem cedo, a ideia era chegar lá, fundear, passar a noite e começar a subir a costa vicentina no dia seguinte de manhã, para evitar as nortadas próprias da zona e da época.
Depois de Portimão o vento começou a refrescar. Cada milha a Barlavento o Norte carregava mais, de tal forma que tive de arribar a Lagos.
Não foi tempo perdido, conheci a famosa ‘Taberna da Marina’, o seu bacalhau, as suas saladas, as suas filas e o seu ambiente.
No dia seguinte a seguir ao almoço fiz-me de novo ao Mar, novamente com destino à Baleeira, primeiro com uma velejada de muito luxo, vela grande no 2º rizo e estai de tempo, a estrear, à proa.
Mais uma vez, cada milha que me aproximava de Sagres, mais o Norte carregava. Cheguei à Baleeira já com 20 nósitos de vento.
Fundeei e passei a noite, não descansado, pois com o vento cada vez a carregar mais, tive receio de vir à garra, o que felizmente não aconteceu, desta vez.
0700 suspendi e dirigi-me ao Cabo de São Vicente. O vento era, aquela hora, 25 nós Norte puro.
No acto de suspender, e com todos os cuidados, o cadeado do ferro ficou preso entre o guincho e o casco, o que na altura não me preocupou porque a ideia era que a próxima paragem fosse Sines, atracado, e lá poderia fazer a reparação.
Mal saído para fora do cabo de São Vicente o vento soprava rijo de 30 nós. O Mar, tocado a vento, subia aos 3 metros e mais. Ná, para apanhar porrada apanho em casa, não preciso de ir para o Mar à procura dela. Regressei.
Quando fiquei ao abrigo da Ponta de Sagres liguei o piloto e fui desembaraçar o cadeado do ferro. A operação é simples, mas chata.
Já estava a apertar as porcas do guincho quando o ferro se soltou e foi até ao fundo.
A manivela do guincho rodopiava furiosa e eu ao tentar parar tudo, apanhei com força com ela nos braços primeiro, e depois, soltando-se, atingiu-me com força o sobrolho direito, fazendo-me sangrar com abundância. Um luxo.
E eis-me, sem querer, fundeado em frente ao promontório de Sagres, com uma toalha vermelha de sangue na cabeça, sangue nas velas convés e guincho, a tentar por ordem naquela barafunda toda, sozinho a bordo.
Confesso aqui que nunca me arrependi de estar sozinho, e até gostei da situação.
Depois de Portimão o vento começou a refrescar. Cada milha a Barlavento o Norte carregava mais, de tal forma que tive de arribar a Lagos.
Não foi tempo perdido, conheci a famosa ‘Taberna da Marina’, o seu bacalhau, as suas saladas, as suas filas e o seu ambiente.
No dia seguinte a seguir ao almoço fiz-me de novo ao Mar, novamente com destino à Baleeira, primeiro com uma velejada de muito luxo, vela grande no 2º rizo e estai de tempo, a estrear, à proa.
Mais uma vez, cada milha que me aproximava de Sagres, mais o Norte carregava. Cheguei à Baleeira já com 20 nósitos de vento.
Fundeei e passei a noite, não descansado, pois com o vento cada vez a carregar mais, tive receio de vir à garra, o que felizmente não aconteceu, desta vez.
0700 suspendi e dirigi-me ao Cabo de São Vicente. O vento era, aquela hora, 25 nós Norte puro.
No acto de suspender, e com todos os cuidados, o cadeado do ferro ficou preso entre o guincho e o casco, o que na altura não me preocupou porque a ideia era que a próxima paragem fosse Sines, atracado, e lá poderia fazer a reparação.
Mal saído para fora do cabo de São Vicente o vento soprava rijo de 30 nós. O Mar, tocado a vento, subia aos 3 metros e mais. Ná, para apanhar porrada apanho em casa, não preciso de ir para o Mar à procura dela. Regressei.
Quando fiquei ao abrigo da Ponta de Sagres liguei o piloto e fui desembaraçar o cadeado do ferro. A operação é simples, mas chata.
Já estava a apertar as porcas do guincho quando o ferro se soltou e foi até ao fundo.
A manivela do guincho rodopiava furiosa e eu ao tentar parar tudo, apanhei com força com ela nos braços primeiro, e depois, soltando-se, atingiu-me com força o sobrolho direito, fazendo-me sangrar com abundância. Um luxo.
E eis-me, sem querer, fundeado em frente ao promontório de Sagres, com uma toalha vermelha de sangue na cabeça, sangue nas velas convés e guincho, a tentar por ordem naquela barafunda toda, sozinho a bordo.
Confesso aqui que nunca me arrependi de estar sozinho, e até gostei da situação.
2 Comments:
"..... as suas saladas, as suas filas e o seu ambiente...."
filas??? filas de cadeiras? de moscas?
filas de pessoas?
Sê português e não brasileiro! em português é mesmo bicha! "Bicha:fileira muito extença de pessoas colocadas umas atrás das outras."
"Fila:série enfiada de pessoas ou coisas dispostas uma após outra"
Assim, se queres usar "fila" tens que dizer quem é o substantivo: "as suas saladas, as suas filas de pessoas e o seu ambiente."
Se queres mesmo referir-te a uma fila de pessoas, então usas a palavra bicha. A bicha é uma fila de pessoas, aí não necessitas de indicar o substantivo.
Sê português! Deixa-te brasileiro-telenovelices!
não sabia que gostas de andar sozinho a navegar. Estás a desprezar-me?
umpfff.....
Faltei lá eu para prestar a devida e necessária assistência clínica ao Skipper traumatizado.
Em Cascais ainda pude observar o olho e constatei que já não tinha o ferro agarrado.....pelo menos!
Depois disso tive o grato prazer de lhe dar "alta", pese embora não estivesse de "baixa"!
MBAS
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