segunda-feira, novembro 20, 2006

Capitão António Veiga

Quando o meu Pai, por doença, deixou de poder embarcar, era o meu Primo António que eu ia esperar na Meia Laranja das viagens à Terra Nova.
Pela mão do meu Pai e do meu Tio Aníbal, olhávamos o Mar ali, na Meia Laranja, muito desabrigada na altura, conjecturando sobre como o rebocador podia ou não sair a Barra para trazer os bacalhoeiros para a nossa Ria.
Foi ali que vi o meu Pai a chorar a olhar para o Mar.
O Capitão Flávio, sogro do meu Primo, discordava das opções dos pilotos e dos rebocadores que hesitavam em sair a barra e enfrentar as ondas.
Às vezes chegávamos a esperar um dia ou dois que o Mar permitisse a entrada dos bacalhoeiros.

Lembro-me do Santo André, do São Gonçalinho e do Rio Vouga, um atuneiro que tinha sido um destroyer inglês na Segunda Guerra.

O meu primo não teve a actividade conhecida que o Capitão Francisco Marques manteve.
Era um Capitão da Mercante, do Bacalhau, de Cimo de Vila e do Alto Bandeira, onde morava o meu Tio.
Foi amigo dos seus filhos e da sua Mulher, e para mim foi como um Pai, tinha quase a idade do meu.

Vai hoje a enterrar.

1 Comments:

Blogger Julio Quirino said...

Parafraseando o meu amigo Luís Serpa quando lhe morreu o Pai, O "Comandante Serpa", diria que, O Céu dos Marinheiros tem mais um inquilino!

um grande abraço

10:55 da tarde  

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