O Regresso (Parte 2)
Na verdade a sensação única de isolamento no Mar paga largamente a ‘comodidade’ da companhia e da partilha das tarefas a bordo. Fiquei cliente e, neste tipo de viagens, pretendo repetir a opção.
Temos tempo para tudo, na verdade ele não conta, não conta para os quartos, para os pontos, para as velas, para nada. Tudo depende de nós. É bom. É um luxo.
Regressado do Cabo de São Vicente e reparada a avaria no guincho e no sobrolho, fundeei na baía da Ponta de Sagres, onde na altura já estavam outros 4 veleiros, um dos quais o alemão Dolcibella do post do Casvic.
O vento continuava forte pelo que a manobra de fundear foi complicada. Acabei por vir à garra 3 vezes, duas delas na noite que se seguiu.
Estive fundeado nessa baía nesse dia e todo o outro, o sábado.
O vento não amainava e estar ali sexta e sábado todo o dia já era demais.
Um veleiro ao nosso lado, também a aguardar que o vento caísse, propôs-me sair domingo às 0500. Claro que concordei logo e comecei a aparelhar o Veronique para atacar o São Vicente pela manhãzinha de domingo.
Às 0500 de domingo o vento continuava forte. Aguardámos até às 0800.
Saímos então 3 veleiros, pelas 0800, velas no 3º rizo, rumo a São Vicente.
O vento carregava com força. Rápidamente chegou aos 35 e aos 40 nós, norte puro. A velinha continuava cheia, o que era bom, segurava o barco.
O Mar, tocado ao vento, cresceu aos 5 metros, Norte. Navegámos as 3 embarcações para fora, nos 300ºv, umas 6 a 8 milhas. Lindo, umas boas chapadas de água salgada nas fuças, uns baldões valentes e umas dezenas largas de golfinhos a acompanharem o Veronique e a transmitirem-me uma calma inexplicável e doce.
Virei de bordo pelas 8 milhas de São Vicente, finalmente rumo a Sines.
À medida que me afastava de São Vicente o Mar e o Vento foram caindo, tornando o resto da viagem agradável, permitindo mesmo uma refeição quente.
Pelas 2200 entrava em Sines e atracava no pontão de reabastecimento, cansado mas impante.
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