quarta-feira, setembro 13, 2006

O Regresso (parte 3)

Larguei de Sesimbra terça feira pelas 1000, depois de ter substituído o pré filtro de combustível, completamente sujo do lixo que os baldões de São Vicente fizeram levantar do depósito do Veronique.
O vento era Norte, para variar, mas bonançoso.
Foi uma velejada desde que saí do Porto de Sesimbra até Alcântara, de muito luxo, vela grande e estaisinho de tempo à proa, ao qual me tinha afeiçoado desde Lagos.
Com um través até ao Cabo Espichel, acompanhando os alcantis e enseadas da serra e uns 5 nósitos de velocidade ao fundo.
No Cabo, para variar, o Mar cresceu, mas nada que se comparasse com São Vicente. Segui mais 3 milhas para fora, outra vez nos 300ºv, agora já nos 6 nós ao fundo.
Bordo para o Meco e almoço de fruta a bordo, bordo para Cascais.
No enfiamento da Barra Sul, bordo para São Julião da Barra. Pouco depois encontrava a bóia verde a Sul que limita o porto da capital, eram 1600 do dia 29 de Agosto do ano da graça de 2006.

Nunca antes tinha velejado no Tejo, é um rio manhoso este.
O vento no rio era irregular como nunca tinha visto, com rajadas de 35 nós e vazios de 5 a 10. Orcei o Veronique muita vez, sempre que o verdugo beijava as aguas do Tejo.
Passou por mim um “local” rizado e percebi os ditos do meu Amigo Zé Ângelo sobre a forma de marear os barcos no Tejo, é mesmo como ele diz.
Mesmo mais para montante o regime do vento não se alterou, continuava de rajadas e vazios.
Cheguei a Alcântara pelas 1720, onde liguei finalmente a máquina do Veronique.

A atracação foi complicada, o vento dentro da doca do espanhol era forte e, como em toda a viagem, irregular. Mas lá ficou e, como a meteorologia para os próximos dias era manhosa, meti-me no alfa e vim descansar uns dias à minha Aveiro, que já não via há uma semana e picos e da qual já tinha as minhas saudades.

1 Comments:

Blogger António Cândido said...

A navegação a solo é sem dúvida um paraiso de meditação, um espaço em que valemos pelo que somos na imensidão do Grande Azul.
Creio que a isto não se pode chamar medir forças com a natureza, mas antes, estar de bem com o criador.
Um abraço João,

4:55 da tarde  

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