segunda-feira, setembro 18, 2006

O Regresso (parte 4)

Chegado a Alcântara, as previsões meteorológicas eram desanimadoras para os dias a seguir, pelo que, como já disse, me metia no alfa e vim descansar uns dias a casa.
Depois de trocado o filtro de combustível, que atrasou o dia da nossa largada, convidei o meu Amigo Pargana ( ílustre médico de bordo do Veronique, que comigo tantas milhas fez na Biscaia, e protagonizou a famosa história do castelhano doente que pedia “…un miédico, un miédico…’ na Plaza Mayor da Corunha) para a viagem de regresso final
E lá fomos, no alfa também, ainda lhe devo o bilhete, para a capital do Império.
Depois de um bife manhoso malhado a custo no Oriente e de um táxi que me ensinou o caminho para Alcântara por tráz do Cais do Sodré, lá chegamos ao Veronique, que, sossegadinho, aguardava pela nossa companhia.
A noite estava magnífica, um ventinho de Norte ajudava a progressão no rio, pelo que levávamos a vela grande toda em cima, sem receios.
A ideia de parar em Cascais ficou pelo caminho pois, como a Mar estava bonançoso, decidimos navegar de noite até à Nazaré e assim ganhar algum tempo para descansar na noite seguinte.
Passamos o farol de Santa Marta sem vento. Ao través do Farol da Guia o vento refrescou um pouco, mas nada de especial. Eram cerca das 0000.
Duas milhas depois da Guia o vento foi aos 30 nós e o Mar cresceu muito.
Não tivemos vontade de passar a noite a levar porrada e demos meia volta, regressando ao abrigo da baía de Cascais, onde fundeamos para passar a noite.
Às 0700 alvoramos e suspendemos, vela grande no 3º rizo e aí vamos nós, sem vento.
Ao nosso lado, um Supermaramu inglês seguia, a toda a máquina, sem velas, provavelmente não compreendendo porque motivo nós íamos ali, sem vento e com a vela grande no 3º rizo.
O filme repetiu-se de manhã. Santa Marta sem vento, Guia a refrescar, duas milhas depois da Guia vento nos trinta e muitos e Mar de 3 a 4 metros. Lindo.
Navegámos então para fora, outra vez nos 300ºv, cerca de 8 milhas.
Os ingleses do Maramu, que entretanto tinham levantado algum pano, seguiram juntinho ao Cabo da Roca, pouco depois faziam meia volta e regressavam a Cascais.
Da nossa parte lá íamos seguindo, com dificuldade, mas sempre em frente.
Um veleiro vinha na nossa esteira, a alcançar-nos. Vimos, quando se chegou mais perto, que era o Taraoa, com o Madaleno e o Varela, do nosso clube. Dali até Aveiro navegámos juntos, ou quase.
Eram 2200 quando chegámos à Nazaré. Fizemos um jantarinho simpático no Restaurante da Marina e ainda fomos visitados pelo nosso Amigo Aníbal Marques que por ali apareceu.
No dia seguinte largamos às 0800, com forte nevoeiro. E com ele seguimos até Aveiro, com uma visibilidade de pouco mais de 50 metros.
A penetração na Ria foi feita pelos instrumentos e com a ajuda do radar do Taraoa que ficou na Meia Laranja à nossa espera.
Não se abriu a garrafita de champain porque o médico de bordo deixou de beber. Uma lástima.

2 Comments:

Blogger Jose Angelo Gomes said...

O médico de bordo deixou de beber??
Como, quando, porquê????

9:31 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sabem porque é que o médico de bordo deixou de beber?
Sabem?
Sabem?...
Eu conto tudo:
Volta e meia dizia o nosso BEM AMADO SKIPPER:
Oh João, põe o arnês e amarra-te bem ao mastro (aquele pau que normalmente está a meio do barco, sabem?..)
E logo de seguida abandonava o poço (aquele buraco que existe na parte de trás dos barcos à vela, sabem?)e ia, todo contente e rizonho, malhar mais uma garrafita!
Sabem, daquelas mesmo, mesmo gratis...tão a ver...daquelas que ele quis pagar mas eram mesmo, mesmo de borla, estão a ver, estão?
Se estão, têm muita sorte porque eu não vi nenhuma!
MBAS

3:40 da tarde  

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